A Igreja do Carmo A primeira pedra da igreja pertencente à Venerável Ordem Terceira da Virgem de Nossa Senhora do Carmo foi lançada em 1756. Abriu-se ao culto em 1768, mas as obras não ficaram concluídas até 1907. 53 Encaixada ao lado direito da Igreja das Carmelitas, a Igreja do Carmo é revestida por azulejos que cobrem toda a fachada oriental. Esta obra decorativa terminou em 1912, cinco anos depois de arrematar o corpo da igreja. 54 No seu estudo sobre a azulejaria portuense, Fausto Martins descreve a composição da fachada assim: «Quando o conjunto da fachada é observado à distância, a mancha azulada, em diálogo com o cinza do granito, produz uma sensação agradável. Se nos aproximarmos e examinarmos com atenção, a pintura de Carlos Branco revela-se defeituosa no desenho, imperfeita na modelação e distorcida no tratamento das anatomias.» 55 O conjunto decorativo reflecte uma variedade de imagens e temas, o autor também contribui a composição complicada aos conflitos entre os dois artistas, Carlos Branco e Silvestre Silvestri, encarregados com o desenho e a sua execução tanto como com a presença de quinze janelas de formas e tamanhos diferentes. 56 Talvez, do ponto de vista artístico, o conjunto artístico
não mostre a melhor execução. Contudo, pode-se
afirmar que a Igreja do Carmo é um ponto de referência
da cidade. Isto verifica-se na maneira em que os portuenses e os não
portuenses, ao passarem pela Igreja, param e reparam na fachada, com
a sua iconografia religiosa retratada em tons de azul, a admirá-la.
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Notas 53 Fausto S. Martins, Azulejaria
Portuense: História e Iconografia (Lisboa: Edições
Inapa, 2001), 89. |