A Sé do Porto
O terreno em que se situa a Sé do Porto, o do Morro, tem as
suas origens na época medieval, mas a própria Catedral
pertence aos tempos modernos. Quando o bispo do Porto, D. Tomás
de Almeida, foi nomeado a Patriarca de Lisboa, a sua transladação
para a capital deixou a Sé do Porto vaga, a deixar os cónegos
que permaneceram nela de desempenhar um conjunto de obras. Estas foram
iniciadas em 1717 e terminadas cerca de vinte anos mais tarde. 49
A Sé sofreu uma séria de transformações
de forma global, incluindo a capela-mor, o frontispício, o transepto,
o corpo da igreja, a sacristia, e a construção dos claustros.
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O claustro da Sé contém alguns dos melhores exemplares
de azulejaria setecentista. De facto, os azulejos encontram-se por toda
a Sé, mas é no claustro onde o conjunto faz a maior impressão.
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A galeria superior do claustro reveste-se
com cenas mitológicas, alegóricas e campestres. 51
No claustro gótico, porém, as cenas
devem a sua inspiração ao livro do Cântico dos Cânticos,
da Bíblia.
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Pintura policromia, ao estilo trompe l’oeil,
nas paredes do lado nortenho da capela-mor. Século XVIII. Um
exemplo actual de uma das razões, relatadas numa memória
anónima (data desconhecida), que levaram às modificações
da Sé: a necessidade de «abrir janelas em substituição
das frestas para dar luz—símbolo da presença divina—a
um espaço considerado fúnebre e que iria realçar
as formas túmidas da talha e a policromia das pinturas.»
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O pelourinho da Sé; a última
auto-da-fé
celebrou-se aqui em 1544
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Notas 49 Fausto S. Martins, Azulejaria
Portuense: História e Iconografia (Lisboa: Edições
Inapa, 2001), 15.
50 Joaquim Jaime B. Ferreira Alves, O Porto na época
dos Almadas: arquitectura, obras públicas, Vol. I. (Porto:
Câmara Municipal do Porto, 1998.), 57.
51 Câmara Municipal do Porto, <www.cm-porto.pt>
52 Placa informativa situada no local, Câmara Municipal
do Porto.
Bibliografia
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